tag:blogger.com,1999:blog-90522301087292366092024-03-05T19:58:59.175-08:00cachorros iluminadoserudição underground sem chiliques.níccushttp://www.blogger.com/profile/01081305013523494688noreply@blogger.comBlogger35125tag:blogger.com,1999:blog-9052230108729236609.post-43252598513367265572011-01-11T08:54:00.000-08:002011-01-11T08:58:26.636-08:00Onze dias para escrever sobre o ano novo<span style="font-family:georgia,serif;">final de ano. final de ano sempre surge com outra coisa mais duvidosa, o começo de outro ano. e parece que se vc não acorda no dia primeiro de janeiro sem uma sensação de nova etapa inaugurada vc é um desalmado negligente com o poder do universo. alguns acordam diferentes sim, com uma sensação muitas vezes desconfortável, mas isso contabiliza-se com os efeitos de uma madrugada desregrada com cervejas, whisky, vinho e vez ou outra umas drogas da rodada. Afinal, viver um dia após o outro é sim inaugurar cada levantar da estrela maior como sendo uma troca de ano, com as devidas comemoração e emoção internas. Isso não se aprende de uma hora para outra, os dias deixam de ser comemorados e passam a ser simplesmente apagados, esses dias viram semanas, essas semanas viram meses, e esses meses viram um conjunto de doze que simbolizam algo à muito perdido. Mas o sol mesmo assim nasce, apesar da preguiça humana, apesar do deleite do injusto, apesar das falsas promessas, julgamentos e intenções, em suma, apesar dos pesares, o astro maior soergue-se de sua reclusão do outro lado do planeta e atinge as vistas de quem estiver testemunhando-o. inunda com seus raios nossas mentes para dizer o que pretende enquanto impera no céu: hoje é um novo ano, mas tabém é um novo dia.</span>mauriciohttp://www.blogger.com/profile/11698650782126877176noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9052230108729236609.post-25911709762140011712010-12-31T12:24:00.000-08:002010-12-31T12:36:55.459-08:00Está para nascer -<div align="justify">Pode ser eu, você, nós, <em>usted </em>e todo mais aquele não saber idiota. Mas eu sinto. O samba embala. O álcool também. A poesia nos trai com a força que não temos mais controle. Ela nos desmascara e ri de tudo isso. Nós - ah nós - ficamos ajuntando os retalhos, com cara de exuberantes primaveras com cheiro de inseto e chuva. Tudo parecia tão lindo, mas nos trazia grandes responsabilidades - Vai nascer, mas se preparem! - Tolos! - Estúpidos! - Vagabundos! - Aprendam! - Pois é como Jesus disse "A muito será dado e a muito será cobrado" - Ou algo assim. Mas está nascendo. Cabeças pensantes, cheias de ideias encaracoladas. Perdidas na vastidão que - é as culturas - ou o que dizem ser. Vamos também abalar estruturas? Não isso não. Vamos abalar nossas estruturas - Só idiota vem junto. Ah deixe estar. Muitas vezes ela já nasceu. Malditos iluministas. Iluminados malditos - Voltaire, Locke, <em>et cetera</em> - Morreu nos braços suaves dos idiotas clássicos. Não existia tempo - Compassos quebrados. Mas agora é a hora. Felicitações pelo o que vai nascer, ou pelo o que já foi. Contente-se com isso. Mas não pare - Nunca pare! Faça-a nascer Privilegiado De Viver!</div>níccushttp://www.blogger.com/profile/01081305013523494688noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9052230108729236609.post-3623607016720334842010-12-06T20:03:00.000-08:002010-12-06T20:04:29.270-08:00[...] às traças<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://ataleb.files.wordpress.com/2010/02/traca21.gif"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 288px; height: 310px;" src="http://ataleb.files.wordpress.com/2010/02/traca21.gif" alt="" border="0" /></a>mauriciohttp://www.blogger.com/profile/11698650782126877176noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-9052230108729236609.post-90320329657210053712010-11-08T02:45:00.000-08:002010-11-08T03:56:21.941-08:00Um apartamento em Copacabana<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxXt-SrZlCfUVZqlhGiScCo50XQBJAnr9kRpgafCgQngUJHLpqSY5rrmXIsw-OlR522AvaQu1NtY3aKQLWbdED4qVi5I0-9APNfDdYfpdnRa0B3JMfLz_kgiGyBUWpBrfjV_ARlgbEVzo/s1600/rio1950.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 303px; FLOAT: left; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5537144329617690066" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxXt-SrZlCfUVZqlhGiScCo50XQBJAnr9kRpgafCgQngUJHLpqSY5rrmXIsw-OlR522AvaQu1NtY3aKQLWbdED4qVi5I0-9APNfDdYfpdnRa0B3JMfLz_kgiGyBUWpBrfjV_ARlgbEVzo/s320/rio1950.jpg" /></a>O ano era 1958, um baiano de Juazeiro interpretava "Chega de Saudade" e inseria de vez um novo movimento na cultura popular brasileira, com formato original de compor e interpretar. O tal baiano era João Gilberto. Os compositores eram o maestral Antônio Carlos Jobim, e o diplomata poético Vinicius de Moraes. Desse tripé nasceu a bossa nova, ritmo genuinamente brasileiro, onde o samba assumiu como a matriz musical, e a forte influência norte-americana nos seus arranjos jazzísticos dava a complexidade que não se via na cultura brasileira.<br /></div><div align="justify">A década de 1950 foi o auge do <em>american way of life</em>, respingando na economia de diversos países, inclusive os latinos-americanos com o uso (e abuso) de bens materiais como os eletrodomésticos, e o direcionamento de recursos naturais como o petróleo. No Brasil o período pós-JK despertou um sentimento nacionalista com o tal dos <em>5 em 50</em>, a construção de Brasília trazia uma expectativa de um novo país em nascimento, e a ideologia racionalista caracterizada pelo forte desenvolvimento urbano e o crescimento tecnológico prometia colocar a nação finalmente nos trilhos. Os dribles de Pelé e Garrincha, enchiam de suinge e orgulho a alma do brasileiro, quando o primeiro título mundial chegou as terras tupiniquins. A arte como a mais fiel das expressões de uma época, também entrou nesse contexto pós-guerra aqui no Brasil, assumindo uma papel mais concreto, sem a subjetividade que ia contra os preceitos racionalistas. Em resumo tudo era novidade, inclusive a música, que antes de 1958, recebia forte influência nordestino com a gaita de Luiz Gonzaga, e o romantismo impregnado nas composições era carregado, demasiadamente, de tristeza profunda, o samba fossa como era chamado. Nada combinava com o contexto social e com a alegre e inquieta alma brasileira.</div><div align="justify">A bossa nova seguiu essa onda de novidade, um ritmo condensado pelo trio João, Tom e Vinícius, oriundos da classe média emergente carioca, mudou a cara e o modo de ver da música popular brasileira. Voz e violão eram um só. A batida era envolvente. O cool jazz de Miles Davis, influência direta na bossa nova, foi abrasileirado e contagiado pelas nossas belezas. As melodias cheias de idas e vindas, eram o reflexo da juventude compositora. Mas tudo isso não era bem visto pelo mainstream da época. A escancarada influência da música erudita e do jazz, a complexidade das melodias, seu caráter mais intimista nas apresentações e a "elitização" do samba não deu bons olhos ao movimento pois houve grande descaracterização do samba "autêntico". A mudança era inevitável. Já estava fomentado uma nova cultura no país, um novo movimento de emergência no país, com uma outra visão, proporcionando um intercâmbio social com a cara cada vez mais brasileira.</div><div align="justify">O samba que vinha da Zona Sul carioca já era outro. O mundo também. A importância da bossa nova na música mundial é enorme. Gartota de Ipanema, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, é uma das músicas mais tocadas no planeta. Os gringos começaram a olhar para a criatividade brasileira de outra forma. Crescemos culturalmente. A influência do estilo é clara no que viria depois. O tom de protesto que a arte brasileira assumiu em seguida com a tropicália, ganhou contornos mais suaves, abrilhantando mais a inconformidade perante a ditadura. O caras ficavam trancados em seus ricos apartamentos e não iam para as ruas? Tudo bem. Fazer arte também uma forma de protesto. Abra um bom whisky, sente e aproveite uma bossa nova.</div><br /><br /><div align="justify"></div><div align="right"><em>"Eis aqui esse sambinha</em></div><br /><br /><div align="right"><em>Feito numa nota só</em></div><br /><br /><div align="right"><em>Outras notas vão entrar</em></div><br /><br /><div align="right"><em>Mas a base é uma só"</em></div><br /><br /><div align="right">- Samba de uma nota só (Newton Mendonça/Tom Jobim)</div>níccushttp://www.blogger.com/profile/01081305013523494688noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-9052230108729236609.post-77259798535535009972010-10-26T19:47:00.001-07:002010-10-26T19:50:35.421-07:00Dilma, Serra e Pilatos<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHe42Dli7l1rnTPO3Db-x9gRIO4SAiI1_sMroYpcSxaS0bd5qYEkksKG6h19oGiLj1tbk9k9Nokp3U1ouqrP-3VI9AhKrpZY1E-WxDhhYu4VcDH6L-9avq-8ZJrmOi2DZx41JBKDGFjXI/s1600/serra-dilma-cara-cara.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 400px; FLOAT: right; HEIGHT: 254px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5532552366918180898" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHe42Dli7l1rnTPO3Db-x9gRIO4SAiI1_sMroYpcSxaS0bd5qYEkksKG6h19oGiLj1tbk9k9Nokp3U1ouqrP-3VI9AhKrpZY1E-WxDhhYu4VcDH6L-9avq-8ZJrmOi2DZx41JBKDGFjXI/s400/serra-dilma-cara-cara.jpg" /></a><span lang="PT-BR">
<br /></span><span lang="PT-BR"><p align="justify">Época de eleição é como um disputado jogo de cartas, onde a última rodada é sempre a detentora da maior tensão, do maior empenho dos jogadores. Como qualquer jogo de apostas altas, os melhores blefes ficam para os últimos momentos, e os curingas mostram as caras na mesa. As surpresas são tantas que os viciados no jogo deixam escapar alguns truques, e não tarda em aparecer na mesa carta de curinga a mais que o baralho pode suportar. A segunda etapa do ciclo eleitoral, que toma o mês inteiro de outubro, dobrou o ritmo de trabalho dos marqueteiros de ambos os lados. Antes, o manejo era com todo o tipo de construção de imagens dos candidatos, agora, o processo é contrário, de desconstrução desmedida da figura rival. Nessa corrida muito mais frenética por números decisivos não é difícil ouvir mais o nome de certo candidato na propaganda do seu concorrente. </p>
<br /><p align="justify">Disputa entre dois opostos, voz do povo, triunfo e fracasso, características que juntas já fizeram parte de outros eventos históricos que não esse qeu veremos o desfecho em poucos dias. Todos lembram de Jesus Cristo e Barrabás que, defronte o povo romano, à testemunha de Pilatos, tiveram o destino decidido pele voz aqueles ali presentes. Barrabás, delinqüente capturado, e Jesus, visionário pouco celebrado, tiveram suas vidas mudadas pelo que era considerado na época uma votação justa. Não que o criminoso Barrabás fosse pessoa do feitio da população da época, mas é que Jesus não havia feito uma campanha de sucesso para com o povo romano daqueles anos. </p>
<br /><p align="justify">Essa segunda parte da eleição elevou os dois candidatos restantes à representantes dos julgados de Jerusalém no século XXI. Martirizando-os de tal modo (cada qual da maneira que as mentes de seus marqueteiros arquitetam) que fica a grande dúvida: quem, afim, na soma de suas propostas e denúncias, é para ser figurado como o bom da história. Cenários não faltam, mas a procura por deixar a população a par do que seu candidato fez ou não fez confunde e distancia novamente o eleitor da realidade política. Retorna o voto forçado, obrigatório, pelo simples fato de não saber no que acreditar.</p>
<br /><p align="justify">A mistificação das figuras à frente dos dois maiores partidos do Brasil, relacionada com o episódio de Jesus e Barrabás, talvez não tenha seu fundamento em quem representa quem de acordo com a característica de cada um dos condenados, mas sim do que veio a representar seus destinos a partir dali. Afinal, a vitória na candidatura da presidência pode figurar tanto a condenação de Cristo quanto a liberdade de Barrabás. A resposta virá nesses próximos quatro anos após o veredito.</p></span>
<br /></span>mauriciohttp://www.blogger.com/profile/11698650782126877176noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9052230108729236609.post-74319660315409433832010-10-18T19:26:00.000-07:002010-10-18T19:36:43.930-07:00Em defesa do romance - Mario Vargas Llosa<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqOTczMDwZ65vgKa-mVFCH9LZrCm5p9m6PH1v-tOoPpMgs-93hyoLBCheglu3V2HBNmZyX1AgK4VnrwwZQ-Hf26ydrFFvvwZxdIY4vKlnCwTKaxyj285mlNtZ-Pe-TSPBS4fpRwdEygiU/s1600/MarioVargasLlosa05.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 260px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqOTczMDwZ65vgKa-mVFCH9LZrCm5p9m6PH1v-tOoPpMgs-93hyoLBCheglu3V2HBNmZyX1AgK4VnrwwZQ-Hf26ydrFFvvwZxdIY4vKlnCwTKaxyj285mlNtZ-Pe-TSPBS4fpRwdEygiU/s400/MarioVargasLlosa05.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5529580482380161730" /></a><br />(…)<br /><br />De uma maneira sub-reptícia, as palavras reverberam em todas as ações da vida, até mesmo nas que parecem muito distantes da linguagem. Isso, na medida em que, graças à literatura, evoluiu até níveis elevados de refinamento e de sutileza nas nuances, elevou as possibilidades da fruição humana, e, com relação ao amor, sublimou os desejos e alçou à categoria de criação artística o ato sexual. Sem a literatura não existiria o erotismo. O amor e o prazer seriam mais pobres, privados de delicadeza e de distinção, da intensidade a que chegam todos aqueles que se educaram e estimularam com a sensibilidade e as fantasias literárias. Não é exagero afirmar que um casal que haja lido Garcilaso, Petrarca, Góngora e Baudelaire ama e usufrui mais do que outro, de analfabetos semi-idiotizados pelas séries de televisão. Em um mundo iletrado, o amor e a fruição não poderiam ser diferenciados daqueles que satisfazem os animais, não iriam além da mera satisfação dos instintos elementares: copular e devorar.<br /><br />(…)<br /><br />O artigo completo em <a href="http://revistapiaui.estadao.com.br/edicao_37/artigo_1159/Em_defesa_do_romance.aspx">revista Piauí_37 </a>mauriciohttp://www.blogger.com/profile/11698650782126877176noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9052230108729236609.post-10286374666166865962010-10-02T15:38:00.000-07:002010-10-02T15:58:14.742-07:00Uma noite em 67<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZxBBaY0jAdFYqZZQfz9XCuydKZWq2990YOJc94dj7SGuudYu-QNS8Ku7OS-YOACCZDulwJOa_OMxKS0nmMLS06ZkQl0WQgCTkMdLrwc3b-XyCYmxXSWnT_aP1kWUEOCJkESa0k61GOFI/s1600/1967-Caetano-Veloso-original.jpg"><img style="float: left; margin: 0pt 10px 10px 0pt; cursor: pointer; width: 400px; height: 225px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZxBBaY0jAdFYqZZQfz9XCuydKZWq2990YOJc94dj7SGuudYu-QNS8Ku7OS-YOACCZDulwJOa_OMxKS0nmMLS06ZkQl0WQgCTkMdLrwc3b-XyCYmxXSWnT_aP1kWUEOCJkESa0k61GOFI/s400/1967-Caetano-Veloso-original.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5523585526267471314" border="0" /></a>
<br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjX9RDEGfCW0aNx9QnE1z0BxdkdMNeAvTcNeDgW5tTzXVnK7Ki5EOo-zoyqUGme27j_QfvIXAiYoOfpAtBjcLM6WpYxsVWlQCwiSXhNObOTooN0m1l9pqT3kniU4P7zYhKuQh1eTldG0MQ/s1600/noite67.jpg"><img style="float: left; margin: 0pt 10px 10px 0pt; cursor: pointer; width: 400px; height: 243px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjX9RDEGfCW0aNx9QnE1z0BxdkdMNeAvTcNeDgW5tTzXVnK7Ki5EOo-zoyqUGme27j_QfvIXAiYoOfpAtBjcLM6WpYxsVWlQCwiSXhNObOTooN0m1l9pqT3kniU4P7zYhKuQh1eTldG0MQ/s400/noite67.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5523584578899267618" border="0" /></a><meta name="ProgId" content="Word.Document"><meta name="Generator" content="Microsoft Word 11"><meta name="Originator" content="Microsoft Word 11"><link rel="File-List" href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CUSUARIO%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtml1%5C03%5Cclip_filelist.xml"><o:smarttagtype namespaceuri="urn:schemas-microsoft-com:office:smarttags" name="PersonName"></o:smarttagtype><!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> <w:zoom>0</w:Zoom> <w:hyphenationzone>21</w:HyphenationZone> <w:punctuationkerning/> <w:validateagainstschemas/> <w:saveifxmlinvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:ignoremixedcontent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:alwaysshowplaceholdertext>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:compatibility> <w:breakwrappedtables/> <w:snaptogridincell/> <w:wraptextwithpunct/> <w:useasianbreakrules/> <w:dontgrowautofit/> </w:Compatibility> <w:browserlevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel> </w:WordDocument> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:latentstyles deflockedstate="false" latentstylecount="156"> </w:LatentStyles> </xml><![endif]--><!--[if !mso]><object classid="clsid:38481807-CA0E-42D2-BF39-B33AF135CC4D" id="ieooui"></object> <style> st1\:*{behavior:url(#ieooui) } </style> <![endif]--><style> <!-- /* Style Definitions */ p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal {mso-style-parent:""; margin:0cm; margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:12.0pt; font-family:"Times New Roman"; mso-fareast-font-family:"Times New Roman";} p.MsoList, li.MsoList, div.MsoList {margin-top:0cm; margin-right:0cm; margin-bottom:0cm; margin-left:14.15pt; margin-bottom:.0001pt; text-indent:-14.15pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:12.0pt; font-family:"Times New Roman"; mso-fareast-font-family:"Times New Roman";} @page Section1 {size:612.0pt 792.0pt; margin:70.85pt 3.0cm 70.85pt 3.0cm; mso-header-margin:36.0pt; mso-footer-margin:36.0pt; mso-paper-source:0;} div.Section1 {page:Section1;} --> </style><!--[if gte mso 10]> <style> /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Tabela normal"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-parent:""; mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; mso-para-margin:0cm; mso-para-margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:10.0pt; font-family:"Times New Roman"; mso-ansi-language:#0400; mso-fareast-language:#0400; mso-bidi-language:#0400;} </style> <![endif]--> <p class="MsoList" style="text-align: justify;">__Sábado. 21 de outubro. Uma noite em 67. O quase quarentão Teatro Paramount, na Avenida Brigadeiro Luis Antônio, 79, <st1:personname productid="em S ̄o Paulo" st="on">em São Paulo</st1:personname>, está abarrotado de gente, pessoas que deixaram suas casas em pleno sábado à noite para torcer, mas não por um time de futebol, e sim por uma música. Doze artistas vão cantar para um júri que irá escolher a melhor canção de 1967, e esse júri não tem a mínima idéia (artistas e público, muito menos) de que esta noite entrará para a história. Uma noite em 67, documentário de Renato Terra e Ricardo Calil sobre a finalíssima do 3º Festival da Música Popular Brasileira, é a História sendo revista. Ali, no Teatro Paramount, a tradição (Chico Buarque) encontrava a revolução (Caetano Veloso e Gilberto Gil com respaldo dos Mutantes) e as faíscas desta noite emblemática chacoalharam o Brasil por vários e vários anos.</p> <p class="MsoList" style="text-align: justify;">
<br /></p> <p class="MsoList" style="text-align: justify;">__Uma noite em 67 ajuda a retomar o olhar para um período em que, sem sombra de dúvida, a música brasileira era a melhor do mundo. Roberto Carlos contando piadas nos bastidores, apresentadores de televisão fumando cigarro em frente às câmeras, Caetano tentando explicar a pop-art e se enrolando, Chico tropeçando na palavra “telespectadores”, tudo isso (e muito mais) é um retrato em preto e branco de uma época maravilhosa de nossa música que passou, e que o rock nacional dos anos 80 tratou de chutar para bem longe (assim como o punk fez com o progressivo nos EUA e na Europa), mas que a nova geração redescobriu e voltou a valorizar. Há uma ligação (às vezes imperceptível) entre Luisa Maita, Nina Becker, Rômulo Fróes, Tulipa Ruiz e Wado (para citar cinco de uma lista imensa) com os eventos que aconteceram naquela noite de outubro. Quarenta e tantos anos se passaram e cá estamos, armados de boas canções, preparando uma nova revolução. Somos um, somos dois, somos cem. Não espere acontecer.
<br /></p><p class="MsoList" style="text-align: justify;">
<br /></p><p class="MsoList" style="text-align: justify;">
<br /></p><p class="MsoList" style="text-align: justify;">
<br /></p><p class="MsoList" style="text-align: right;">revista Noize#37 setembro 2010
<br /></p> mauriciohttp://www.blogger.com/profile/11698650782126877176noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9052230108729236609.post-33589278257761537442010-09-27T07:37:00.001-07:002010-09-27T07:53:00.417-07:00Poesia, poesias e interpretações...<div align="justify"><em>agradeço pelo peru selvagem e os pombos passageiros, destinados a virar merdas nas saudáveis tripas americanas.</em></div><div align="justify"><em>agradeço por um continente a espoliar e envenenar.</em></div><div align="justify"><em>agradeço pelos índios por garantirem uma módica dose de desafio e perigo.</em></div><div align="justify"><em>agradeço pelas vastas manadas de bisões para matar e depelar e depois deixar as suas carcaças à putrefação.</em></div><div align="justify"><em>agradeço pelo troféus de caça de lobos e coiotes.</em></div><div align="justify"><em>agradeço pelo sonho americano, por inventar lorotas até que elas brilhem à luz do dia.</em></div><div align="justify"><em>agradeço pelo ku klux klan. aos policiais que matam negros e os contabilizam. às decentes beatas de igreja com suas mesquinhas, interesseiras, feias e perversas caras.</em></div><div align="justify"><em>agradeço pelos adesivos de "mate uma bicha em nome de Jesus Cristo".</em></div><div align="justify"><em>agradeço pela aids de laboratório.</em></div><div align="justify"><em>agradeço pela proibição e guerra contra as drogas.</em></div><div align="justify"><em>agradeço por um país onde a nínguem é permitido cuidar de seus próprios problemas.</em></div><div align="justify"><em>agradeço por uma nação de dedos-duros.</em></div><div align="justify"><em>agradeço, sim, todas as lembranças - ok, deixa eu ver o que você tem nas mãos!</em></div><div align="justify"><em>você sempre foi uma dor de cabeça e uma encheção de saco.</em></div><div align="justify"><em>agradeço pela última e maior traição do último e maior sonho dos sonhos humanos.</em></div><br /><div align="right">William Burroughs, 1986</div><div align="right"></div><div align="justify">e para complementar:</div><div align="justify"></div><div align="justify">"Meu negócio é poesia. Ao produzir não posso controlar o que as pessoas farão depois, dizer o que elas devem fazer com suas próprias mentes. E nem gostaria, eu seria um ditador. O melhor que posso fazer é propor alternativas e me abrir às pessoas que queiram aprender comigo." - Allen Ginsberg</div>níccushttp://www.blogger.com/profile/01081305013523494688noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-9052230108729236609.post-62238253752957775952010-09-24T09:33:00.001-07:002010-09-24T09:38:15.710-07:00Melhor não tê-los...<strong></strong><div style="text-align: justify;"><strong></strong></div><blockquote><div style="text-align: justify;"><strong>Poema enjoadinho</strong><br /> </div><p style="text-align: justify;"> Filhos . . . Filhos?<br /> Melhor não tê-los!<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmb-6eGzKK2NL03k_CldCkjD9KQLRzLsJVYCBtUg0h7FftIzytyJ7Lw6iZDCEm0svCWPmquc2mUxiNfNczjhWIHpWPXxwxNXUvdvY8TDvVPKuO1wac3a8ASkj3leIwbUj41IN1nEVuFV4/s1600/vinicius+de+moraes%5B1%5D.JPG"><img style="float: right; margin: 0pt 0pt 10px 10px; cursor: pointer; width: 310px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmb-6eGzKK2NL03k_CldCkjD9KQLRzLsJVYCBtUg0h7FftIzytyJ7Lw6iZDCEm0svCWPmquc2mUxiNfNczjhWIHpWPXxwxNXUvdvY8TDvVPKuO1wac3a8ASkj3leIwbUj41IN1nEVuFV4/s400/vinicius+de+moraes%5B1%5D.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5520519621109835298" border="0" /></a><br /> Mas se não os temos<br /> Como sabê-lo?<br /> Se não os temos<br /> Que de consulta<br /> Quanto silêncio<br /> Como os queremos!<br /> Banho de mar<br /> Diz que é um porrete . . .<br /> Cônjuge voa<br /> Transpõe o espaço<br /> Engole água<br /> Fica salgada<br /> Se iodifica<br /> Depois, que boa<br /> Que morenaço<br /> Que a esposa fica!<br /> Resultado: filho.<br /> E então começa<br /> A aporrinhação:<br /> Cocô está branco<br /> Cocô está preto<br /> Bebe amoníaco<br /> Comeu botão.<br /> Filhos? Filhos<br /> Melhor não tê-los<br /> Noites de insônia<br /> Cãs prematuras<br /> Prantos convulsos<br /> Meu Deus, salvai-o!<br /> Filhos são o demo<br /> Melhor não tê-los . . .<br /> Mas se não os temos<br /> Como sabê-los?<br /> Como saber<br /> Que macieza<br /> Nos seus cabelos<br /> Que cheiro morno<br /> Na sua carne<br /> Que gosto doce<br /> Na sua boca!<br /> Chupam gilete<br /> Bebem xampu<br /> Ateiam fogo<br /> No quarteirão<br /> Porém que coisa<br /> Que coisa louca<br /> Que coisa linda<br /> Que os filhos são!<br /> </p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><strong></strong><em>Vinícius de Moraes </em></p></blockquote><p style="text-align: justify;"><em></em></p>mauriciohttp://www.blogger.com/profile/11698650782126877176noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9052230108729236609.post-88754593037060878342010-09-22T20:56:00.000-07:002010-09-22T21:02:06.565-07:00O modesto<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgI3_fH5QubK5R0-6lTGv_RLg0dazUWAIn_HVqWPJilqZDE_UyG27KdzZccKXcYC_XCBy_sNpJ7WkUJePnhyu7r_80hFIUCyTzM4UFpi5oOcnTnWovaJLgEvJNxyNzn3UkBUE2wfRJvfXc/s1600/peao.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 146px; FLOAT: left; HEIGHT: 220px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5519954249670382914" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgI3_fH5QubK5R0-6lTGv_RLg0dazUWAIn_HVqWPJilqZDE_UyG27KdzZccKXcYC_XCBy_sNpJ7WkUJePnhyu7r_80hFIUCyTzM4UFpi5oOcnTnWovaJLgEvJNxyNzn3UkBUE2wfRJvfXc/s400/peao.jpg" /></a>O Peão é a mais modesta das peças de xadrez, e cada jogador conta com 8 peões no início do jogo, na segunda fileira (ou sétima, no caso das pretas). Quando se dão valores paras as peças, geralmente se toma como unidade básica o próprio peão, que assim valerá 1. O peão movimenta-se sempre para a frente, sendo a única peça que não pode retornar ou retroceder. Na primeira jogada de cada peão, ele tem a permissão de andar uma ou duas casas, mas nas outras o peão que já foi movido pode mover-se apenas uma casa de cada vez.<br /><br />O peão também tem uma característica interessante: Ele captura de forma diferente ao seu movimento. O peão captura sempre a peça que está na próxima linha, mas nas colunas adjacentes à sua posição. Assim, um peão em e4 pode capturar quaisquer peças inimigas que estejam em d5 ou f5.<br /><br />Uma jogada especial com a qual o peão conta é a tomada en passant, ou captura na passagem, em que um peão avançado captura um peão que ande duas casas em seu primeiro movimento. Quando o peão chega à oitava casa, ele é promovido: ele é retirado do tabuleiro e é colocada em seu lugar qualquer outra peça, geralmente a Dama, exceto o Rei. Um jogo pode desta maneira ficar com duas ou mais damas de uma mesma cor, ao contrário do que muitos pensam. Em certas situações, se for escolhida a Dama para a substituição, o jogo pode terminar empatado, justificando a escolha de outras peças mais adequadas.mauriciohttp://www.blogger.com/profile/11698650782126877176noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-9052230108729236609.post-20037655768840555672010-09-10T13:06:00.000-07:002010-09-10T13:20:40.233-07:00Quem tem medo do TSE<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzSzRUqzMR0tIpzDwaqFh6TUItRv4CmQND6SGqjDEtc5sn_RbBAby_tkuTV8kdAvdzIX74GUQGvxU9veo3-Gqgb9j-fNxEXha1yRBMCQHN8Q6ETmXsfrjINPacMdpwndfsChWg1lCMBaM/s1600/ELEICOESglaucosex17.jpg"><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;width: 300px; height: 284px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzSzRUqzMR0tIpzDwaqFh6TUItRv4CmQND6SGqjDEtc5sn_RbBAby_tkuTV8kdAvdzIX74GUQGvxU9veo3-Gqgb9j-fNxEXha1yRBMCQHN8Q6ETmXsfrjINPacMdpwndfsChWg1lCMBaM/s400/ELEICOESglaucosex17.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5515381988400147714" /></a><br /> Ano de eleições abarca diversos casos dos quais a lei se encarrega de punir, ou, em certos casos, de simplesmente amedrontar. Os responsáveis pelas campanhas eleitorais sabem o que terão de enfrentar, por isso, estudam as diversas formas, novas ou não, de contornar tais regras frágeis de nossa legislação.<br />A propaganda eleitoral tem evoluído com sua veiculação em diversas mídias novas – meios relevantes de divulgação em campanhas ferrenhas, como, no caso, a da presidência da república. As regras estabelecidas vão desde linguagem apropriada até data de inicio do período eleitoral. Em outras palavras, é proibida (sujeito a multa) a propaganda política antes do período oficial. Entretanto, como na guerra tudo vale, as leis já não importam como a corrida eleitoral.<br />Partindo de uma situação fictícia com embasamento real, a até atuante em se tratando do período eleitoral em voga, veremos como um partido político de grande porte assume certos riscos, legais ou não, em prol de sua campanha.<br />Tomamos como centro um forte candidato ao Senado brasileiro. Antes do período legal de propaganda política, como se trata de um político já atuante em algum alto cargo público, ele viaja e participa de eventos públicos (inaugurações, cerimônias, festas beneficentes). Nesses encontros ele pode pronunciar-se de modo que se interprete uma autopromoção, que pode, em primeira instância, ser declarada promoção político-eleitoral antecipada. E não se trata apenas do que o candidato pronuncia, apenas a sua presença ou a propaganda por trás de sua intenção no local podem ser interpretadas como tal.<br />Se o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), órgão oficial regulador da legislação eleitoral no Brasil, decidir que realmente ocorreu promoção eleitoral em período anterior ao definido, o partido receberá uma multa que varia dos R$ 5 mil aos R$ 25 mil.<br /><br />O candidato (ou, como trata-se de um período anterior ao eleitoral, o pré-candidato), indiciado pelo TSE e o partido multado, repete a situação de aparecer em público realizando suposta promoção eleitoral. Mais uma vez o caso é estudado e a mídia, pró ou contra, já libera seus protestos acerca das excentricidades da eleição no Brasil.<br />O profissional responsável pela imagem do político da situação precisa driblar esses infortúnios e evitar uma queda antes mesmo do real início da campanha ao Senado. <br />Entretanto, as leis geradas para regulamentação eleitoral possuem valores para multar e isso apenas. O acúmulo de situações como essa apresentada apenas geram mais multas que, para partidos eleitorais de grande porte, são receita ínfima e podem ser pagos sem maiores problemas. Ou seja, o candidato participa de vários eventos com o princípio de se promover sabendo que será multado, sua campanha, desde o princípio, reserva parte da receita para essas multas. No fim, o partido vence impune.<br /><br />O responsável pela propaganda política, como vemos muito em nosso país, vez realiza um trabalho impecável vez testa a ignorância alheia. Contudo, grandes candidaturas foram fruto de um árduo trabalho de construção de imagem, a qual é única referência política para a maioria do povo brasileiro, daí sua importância.<br />Tomar as brechas da legislação como arma para campanha é fatalmente nocivo à imagem tanto do candidato quanto da crença, já defeituosa, da população na política nacional. Na eleição, para qualquer tipo de cargo deve-se assumir posturas éticas, evitar conflitos, construir identidade com as pessoas. Nesse caso, a presença do político nos eventos pré-período eleitoral deve ser apenas com fim de auxilio e/ou representação do cargo que assume. E os interesses nem próprio nem do partido devem ser postos à frente da ética na maneira de fazer política.<br /><br />Não jogamos todos os partidos, candidatos e responsáveis no mesmo gênero mal-intencionado. Mas a devida importância deve ser intencional de todos os envolvidos. O partido em suas ideologias, o político em suas promessas e o responsável pela campanha em suas metas. Metas que envolvem a construção do candidato para a mídia divulgar. Um trabalho que envolve as promessas feitas, os benefícios para a democracia e a estrutura para um processo eleitoral saudável, porque, como citei anteriormente, essa imagem midiática é, para muitos brasileiros, a única fonte referencial na escolha de quem votar em seis de outubro. Doa a quem doer.mauriciohttp://www.blogger.com/profile/11698650782126877176noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9052230108729236609.post-59388746279530976672010-09-01T19:39:00.000-07:002010-09-01T19:51:38.915-07:00é melhor evitar os escritores<div style="text-align: justify;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://www.dynamiteinfo.com.br/portal/2003a/images/jukebox280208a.jpg"><img style="float: left; margin: 0pt 10px 10px 0pt; cursor: pointer; width: 368px; height: 299px;" src="http://www.dynamiteinfo.com.br/portal/2003a/images/jukebox280208a.jpg" alt="" border="0" /></a><meta equiv="Content-Type" content="text/html; charset=utf-8"><meta name="ProgId" content="Word.Document"><meta name="Generator" content="Microsoft Word 11"><meta name="Originator" content="Microsoft Word 11"><!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> <w:zoom>0</w:Zoom> <w:hyphenationzone>21</w:HyphenationZone> <w:punctuationkerning/> <w:validateagainstschemas/> <w:saveifxmlinvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:ignoremixedcontent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:alwaysshowplaceholdertext>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:compatibility> <w:breakwrappedtables/> <w:snaptogridincell/> <w:wraptextwithpunct/> <w:useasianbreakrules/> <w:dontgrowautofit/> </w:Compatibility> <w:browserlevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel> </w:WordDocument> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:latentstyles deflockedstate="false" latentstylecount="156"> </w:LatentStyles> </xml><![endif]--><!--[if !mso]><object classid="clsid:38481807-CA0E-42D2-BF39-B33AF135CC4D" id="ieooui"></object> <style> st1\:*{behavior:url(#ieooui) } </style> <![endif]--><style> <!-- /* Font Definitions */ @font-face {font-family:Garamond; panose-1:2 2 4 4 3 3 1 1 8 3; mso-font-charset:0; mso-generic-font-family:roman; mso-font-pitch:variable; mso-font-signature:647 0 0 0 159 0;} /* Style Definitions */ p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal {mso-style-parent:""; margin:0cm; margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:12.0pt; font-family:"Times New Roman"; mso-fareast-font-family:"Times New Roman";} @page Section1 {size:595.3pt 841.9pt; margin:70.85pt 3.0cm 70.85pt 3.0cm; mso-header-margin:35.4pt; mso-footer-margin:35.4pt; mso-paper-source:0;} div.Section1 {page:Section1;} --> </style><!--[if gte mso 10]> <style> /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Tabela normal"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-parent:""; mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; mso-para-margin:0cm; mso-para-margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:10.0pt; font-family:"Times New Roman"; mso-ansi-language:#0400; mso-fareast-language:#0400; mso-bidi-language:#0400;} </style> <![endif]--><span style=";font-family:Garamond;font-size:130%;" >"Tem um problema com os escritores. Se o livro de um escritor foi publicado e vendeu um montão de cópias, o cara se acha um grande escritor. Se o livro de um escritor foi publicado e vendeu um número razoável de cópias, o cara se acha um grande escritor. Se o livro de um escritor foi publicado e vendeu muito poucas cópias, o cara se acha um grande escritor. Se o livro de um escritor nunca foi publicado e o cara não tem dinheiro suficiente pra publicá-lo por si mesmo, aí é que ele se acha de fato um grande escritor. Mas, a verdade é que há muito pouca grandeza. Quase inexistente. Invisível. Pode estar certo que os piores escritores são os que têm mais autoconfiança e se põem menos <st1:personname productid="em dúvida. De" st="on">em dúvida. De</st1:personname> qualquer jeito, é melhor evitar os escritores; é o que sempre tentei fazer, mas é quase impossível. Eles sonham com uma espécie de irmandade, de união. Nada disso tem coisa alguma a ver com escrever, nada disso ajuda na máquina."</span></div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="font-size:130%;">
<br /></span></p><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><a href="http://www.scribd.com/doc/5443336/Bukowski-Mulheres"><span style="font-size:100%;">Charles Bukowski</span></a></p><div style="text-align: justify;"><a href="http://www.scribd.com/doc/5443336/Bukowski-Mulheres"><span style="font-size:100%;">Mulheres</span></a>
<br /></div><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family:Garamond;"><o:p></o:p></span></p> mauriciohttp://www.blogger.com/profile/11698650782126877176noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-9052230108729236609.post-74061846340536166802010-08-17T20:10:00.000-07:002010-08-17T20:24:42.498-07:00O quarto úmido numa rua escura de Moscou<a href="http://browse.deviantart.com/?qh=&section=&q=dostoievski#/drkuao"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 282px; FLOAT: left; HEIGHT: 400px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5506583604835001602" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTVLfLed_Du_C7hNLPq4_gId_0wl94rtVU5cD5kTmEKshwrYZf0wJiWk39GUa4_gefylPanLxYIbQl91OSlXemgL0iJTojl7EwIYbTMvg_hxbJCVLyPn338QUZ7RO_qGn6tGwFnXW4PCc/s400/Feodor_Dostoievski_by_carloscartoons.jpg" /></a><br /><div><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-family:georgia;">Ler Dostoievski é, antes de tudo, ser Dostoievski.</span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="mso-spacerun: yes"></span><span style="font-family:georgia;">É impossível, ao longo das problemáticas e suposições em seus textos, não se transportar para um quarto mal iluminado, com uma calefação nociva afundado em um mar de edificações de uma Rússia gélida, seca e depressiva. Mais precisamente, nos transportamos para uma escrivaninha, madeira de lei, onde o autor deve ter passado longas horas datilografando nas pesadas tecladas de sua máquina de escrever seus mais profundos pensamentos. Como a narrativa presente na primeira parte de <i style="mso-bidi-font-style: normal">Notas do Subsolo, </i>onde o protagonista reflete, com um prazer quase masoquista, as intempéries e os deleites que personificam com clareza, visto o leitor acostumado com suas complexidades, o pensamento da sociedade na época em voga das escritas.</span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-family:georgia;">A narrativa extremamente pessoal que obriga protagonista-narrador a revelar segredos muito escondidos torna o romance expansivo. Expansivo porque ao longo de suas crises e desejos, os personagens impõem-se como seres gerais, abordam em suas personalidades as grandes problemáticas da sociedade, seja ela contemporânea do autor ou após.</span><br /></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-family:georgia;">A expansão norteia-se também pelo filosófico, onde suas criações reclamam pensamentos existencialistas ao mesmo tempo em que lutam para saber se o que dana suas vidas é o ambiente em que vivem ou elas mesmas.</span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-family:georgia;">Ao fim da leitura, visto uma experiência árdua ou não, retorna-se ao cenário real, no canto que for do mundo, porém, esse chão não mais será como antes. Imprime-se uma atenção ao fato de que mesmo em um lugar de condições climáticas adversas ao do norte europeu, o resultado na cabeça de quem lê é o mesmo, estar dentro de uma sociedade com seus problemas e com pessoas lutando para sobreviverem sãs. De qualquer forma, é adicionado um aprendizado sobre onde procurar um escape de tal pressão, e também onde não procurar. Pois frieza e insensibilidade não advêm exclusivamente do clima, advêm também das próprias pessoas.</span></p></div>mauriciohttp://www.blogger.com/profile/11698650782126877176noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9052230108729236609.post-64904429681469017792010-08-08T19:29:00.000-07:002010-08-08T21:46:16.277-07:00o circo sem fogo<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqSYcgX9Y7ecl9-CV4xXu31avEWO7vq3KliYpY8CTEiwtVko9rGL8s64mZTt7uD1ESCUgyt-DoG919BWC_BLywjf6JaRpVRBd1IUKvbP-MjW8_WejQ56P-pWlvXwAVhi0Sb55zon5Lw-s/s1600/charge-de-ziraldo-lei-falcao.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; DISPLAY: block; HEIGHT: 179px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5503263769296045186" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqSYcgX9Y7ecl9-CV4xXu31avEWO7vq3KliYpY8CTEiwtVko9rGL8s64mZTt7uD1ESCUgyt-DoG919BWC_BLywjf6JaRpVRBd1IUKvbP-MjW8_WejQ56P-pWlvXwAVhi0Sb55zon5Lw-s/s400/charge-de-ziraldo-lei-falcao.jpg" /></a><br /><div><span lang="EN"><br /><p align="justify"> Já não há mais lugar certo para correr, os bons profissionais estão beirando ou o aposento ou a morte. Os Carlos Lacerdas, José Saramagos, Vladimir Herzogs e Cia., já não exercem mais. Esses tantos - ou escassos -, independente de serem justos ou ditadores, embarcavam em palavras e opiniões que tornavam seu pescoço valioso alvo de quem suas opiniões eram voltadas.Em nosso país, vigora em grande escala a opinião formada, a opinião forte. Entretanto, o real motivo disso tudo é a circulação de fatos sem grande alarde. Onde foram parar os opositores, os embates, o estrume no ventilador, os que gritam e os que ficam calados? </p><p align="justify">Aquilo que fazem hoje não é negar os fatos, é negar os pensamentos que postos em uso danificariam o fazer jornal como processo setorial, como tarefa industrial, temem pela fraqueza de serem descobertos <i>parciais. </i>Pois é essa parcialidade que fará os chefes demiti-los, as autoridades prendê-los, os cães caçá-los. Seus acusadores, enquanto os amordaçam e os contradizem, esbravejam denominações das mais diversas. Comunistas, fascistas, terroristas, hereges, hipócritas, insanos, criminosos, em suma, tudo o que pode torná-los um perigo aos olhos da população sadia. </p><p align="justify">A relevância disso tudo é refletir sobre o destino do que antes era uma alternativa de transformação, onde, mesmo lesada, vez ou outra no meio do fogo cruzado, a população se beneficiava de revelações e de uma certa noção de moral, ou da falta dela. As novidades no modo de noticiar, muito além do clássico tablóide matinal, não são desculpa para alegorizar um espaço de escrita que foi fonte teórica para muitas práticas em anos findados. </p><p align="justify">Alguns falam demais, poucos estão preparados para o momento. E o grande porém disso tudo não é terem medo de ver o circo pegar fogo, isso eles viram ser feito pelos antecessores e enchem os olhos quando rememoram tais episódios. O temor maior é de que, quando os acusados estiverem sendo apontados, eles estejam ainda com suas tochas em mãos.</p><br /><p></p></span></div>mauriciohttp://www.blogger.com/profile/11698650782126877176noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-9052230108729236609.post-44723834682371493882010-07-18T21:59:00.000-07:002010-07-18T23:04:33.315-07:00O olho que tudo vê<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjttJF-Fnzzgs0R230hGb_B35okL-Tyx4hfp0dBUMyEIKKjOQAARgaXGSql6b1Uz5mNb9HQEz4OWx7U-I_3zkHJC9-NA92RfKDRj_lbQP7M3Kz0L5o5v32o6-qKGB8sXBeSRloyHZSxWFM/s1600/PlutonomyToffsToughsJimmySime.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 400px; FLOAT: right; HEIGHT: 244px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5495490823831982274" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjttJF-Fnzzgs0R230hGb_B35okL-Tyx4hfp0dBUMyEIKKjOQAARgaXGSql6b1Uz5mNb9HQEz4OWx7U-I_3zkHJC9-NA92RfKDRj_lbQP7M3Kz0L5o5v32o6-qKGB8sXBeSRloyHZSxWFM/s400/PlutonomyToffsToughsJimmySime.jpg" /></a>Uma breve passagem que ocorre dentro da trama de Ensaio sobre a Cegueira, livro homônimo do ganhador do Nobel de literatura, pela obra em questão, José Saramago, narra a reflexão de uma personagem enquanto única com visão em meio à uma leva de cegos desamparados. O trecho pode ser tomado como exemplo do resto do mundo em relação ao fotógrafo profissional. Nas palavras da personagem, “isto pareceu-lhe subitamente indigno, obsceno. Não tenho o direto de olhar se os outros não me podem olhar a mim, pensou.", aqui, elevada a essa situação, permite-se refletir que, ao alto de sua superioridade sensorial, ela não queria enxergar aquilo, não queria acarretar com o fardo de ser responsável por ver aquilo que os outros, por mais cientes e íntegros da situação, não viam.<br /><br />O fotógrafo é dotado de habilidade indispensável à seu ofício, a câmera - com toda sua velocidade, fôlego e tecnologias – acaba por seu um simples equipamento, a grandiosidade está na apuração de seu olho, na visão que habilmente capta não só além, mas consegue dimensionar certas características do mundo pouco evidentes aos olhos destreinados. No romance de Saramago, a personagem repudia poder ver aquilo que serviria como um alerta a todos, o fotógrafo tem função de assumir essa tarefa e denunciar aos cegos (equivalentes às pessoas sem a visão do fotógrafo) o que ocorre bem diante deles. Dividir sua visão com o mundo para também ensiná-lo a ver as coisas desse ângulo. Deve levar o público a refletir sobre a mensagem e todo o código conotativo que compõe a foto para, com isso, dar autonomia em captar essa e outras visões complexas da realidade. Invariavelmente, com o balanço da situação, o lado ruim, feio e decadente pesa mais, por isso a missão de revelar essas verdades tende ao árduo, ao delicado e, por muitas vezes, ao cansativo. </div><br /><div align="justify"><div align="justify">Óbvio nunca foi sinônimo desse trabalho. Enquanto muitos tentam tirar a melhor foto no melhor lugar com a melhor situação, um amador caminha na rua, olha para o lado, vê dois meninos com trajes impecáveis indiferentes aos outros três humildemente vestidos que com eles dividem a calçada, sobrepõe a câmera ao olho, ajusta o foco, a máquina faz clique. Esta hipotética situação realmente ocorrera, entretanto, com um profissional da fotografia jornalística, Jimmy Sime, na Londres de 1937. Sua simples avidez em captar aquilo que ele achara ser uma boa foto, revelou-se uma mensagem deveras importante: a foto ilustrava o escandaloso abismo entre ricos e pobres na Grã-Bretanha. Fotógrafos de guerra têm a tarefa de registrar as situações do front para o mundo, Nick Ut, fotógrafo vietnamita, ouve gritos desesperados incomuns, não são soldados, são crianças, munido de câmera, congela a cena. O senso fotográfico de Ut levou-o a influenciar o fim do conflito no Vietnã com sua foto icônica.<br /><br />Essas e mais uma miscelânea de fotos – cabíveis como registros da realidade negra e depreciativa, excluindo, no presente estudo, as conotativamente positivas, essas, tão numerosas quanto as negativas – foram tanto extraordinárias quanto acidentais. Acidentes pela significância da situação em quem foram captadas, contudo, acidental, nesse caso, não dá sentido apenas para o clique da câmera e momento ocasional, se dá também na abrangência e importância adquiridas após vir á público, destinos esses que não se encontravam previamente nos planos de quem tirou aquela foto. </div><br /><div align="justify">Retornando à Saramago e seu ensaio literário sobre a primitividade explosiva do ser humano, a personagem, ainda provida de visão, por conviver e estar presente no meio do grupo de cegos (por motivos apresentados no romance), ao que tudo indica, tornar-se-á também cega com o tempo. Em se tratando da realidade, o fotógrafo, enquanto artista visionário – ladeado aos pintores, escultores, cineastas, escritores, poetas, etc -, deve avaliar sua enorme contribuição em denunciar os fatos, mostrar a verdade. Sem essa avaliação a autonomia de enxergar além enfraquece. Assim como deixa de progredir, deixa de ensinar, e, gradualmente, aquele olho hábil e servente a ver o que ninguém vê, cega. </div></div>mauriciohttp://www.blogger.com/profile/11698650782126877176noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9052230108729236609.post-29824781592637476912010-07-10T07:58:00.000-07:002010-07-10T08:02:41.347-07:00Liberdade?"<b>Liberdade</b> (Portuguese for "Freedom") is the name of a district in the borough of Sé<span style="text-decoration: underline;"></span>, in São Paulo, Brazil. It is home to the largest Japanese community outside of Japan in the world, which has been growing since the 1950s.".<br />- "Liberdade" segundo o site <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Liberdade">Wikipédia</a>.<br /><br />E aí, vai continuar creditando o site como uma fonte confiável para pesquisas?<br />Acho que sim. Encontrei até a liberdade lá.<br /><br /><span style="color: rgb(51, 51, 51);">.</span>níccushttp://www.blogger.com/profile/01081305013523494688noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9052230108729236609.post-40035641344789535802010-07-06T19:23:00.000-07:002010-07-06T19:48:33.794-07:00Kanellos, o cão trotkista<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihWUgLrvvZr7BZVgmzLAqzEoCzIZgLVC776ALmd9HekoPN5k5z8VrH6vJmBMhQdDQfe98cF0ntEVGWLb_vJlybPLsDpeo3TLODLKtFE7wbwhHyuB_wU4CwG4rcqIUqveaBW1qOmi2Ieeo/s1600/artigos_img_topo_artigo.jpg"><img style="WIDTH: 720px; HEIGHT: 300px; CURSOR: hand" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihWUgLrvvZr7BZVgmzLAqzEoCzIZgLVC776ALmd9HekoPN5k5z8VrH6vJmBMhQdDQfe98cF0ntEVGWLb_vJlybPLsDpeo3TLODLKtFE7wbwhHyuB_wU4CwG4rcqIUqveaBW1qOmi2Ieeo/s1600/artigos_img_topo_artigo.jpg" /></a>
<br /><div align="justify"><span style="font-family:verdana;">Revista Piauí 46, julho 2010
<br />
<br /></span><span style="font-family:verdana;">A Grécia pode estar quebrada. Mas a mitologia grega acabou de enriquecer o mundo com a história de Kanellos, o cão trotskista. Desde Cérbero, o guardião do inferno, não vinha lá das bandas de Atenas uma entidade canina de tamanha importância, capaz de ofuscar os cortes de salários, aumentos de impostos e outros pratos feitos da crise financeira nas páginas do jornal inglês The Guardian, o primeiro órgão de imprensa a cobrir amplamente a presença de Kanellos em manifestações de rua contra a atual política de aperto fiscal.
<br />
<br />Nas fotografias, o vira-lata dava mesmo a impressão de estar em todas. Havia flagrantes de Kanellos latindo de focinho aberto para pelotões de soldados encolhidos atrás de escudos, máscaras contra gases e capacetes. Cenas em que ele encara uma nuvem de gás lacrimogêneo, como se não passasse de gelo-seco em arena de circo. Ou desfila olimpicamente diante de um canhão de água pressurizada, desses que dispersam multidões. E atravessa, como indômito guerreiro, as fogueiras e os destroços das barricadas estudantis, rompe a dentadas cordões de isolamento, corre atrás das motocicletas de policiais ou beberica, no calçamento de Sintagma, a praça do Parlamento e dos tradicionais quebra-quebras, o leite derramado num protesto por fazendeiros. Sempre ao lado do povo e contra o tacão das autoridades. </span><span style="font-family:verdana;">
<br />
<br /></div></span>
<br /><div><span style="font-family:verdana;">...Continua em </span><a href="http://www.revistapiaui.com.br/edicao_46/artigo_1348/O_fantasma_do_trotskismo.aspx"><span style="font-family:verdana;">RevistaPaiuí.com.br</span></a></div>
<br /></span>
<br />mauriciohttp://www.blogger.com/profile/11698650782126877176noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-9052230108729236609.post-86054660158633727922010-06-28T17:50:00.000-07:002010-06-28T18:09:10.297-07:00E-mail de Voltaire a Rousseau - Agosto de 1775<span style="font-style: italic;">"Recebi, senhor, vosso novo livro contra o gênero humano, e vos agradeço por isso. Vós agradareis aos homens, sobre quem fala vossas verdades, e não os emendará. Ninguém poderia pintar um quadro com cores mais fortes dos horrores da sociedade humana, para os quais nossa ignorância e debilidade tem tanta esperança de consolo. Ninguém jamais empregou tanta vivacidade em nos tornar novamente animais: pode-se querer andar com quatro patas, quando lemos vossa obra. Entretanto, como já faz mais de sessenta anos que perdi este costume, percebo, infelizmente, que é impossível recomeçar, e deixo essa maneira natural àqueles que são mais dignos que vós e eu. Já não posso mais embarcar para encontrar os selvagens do Canadá, em primeiro lugar, porque as doenças de que sofro me prendem ao redor do maior médico da Europa, e não encontraria a mesma assistência junto aos Missouris. Em segundo, porque a guerra está sendo travada lá naquele país, e o exemplo de nossas nações tornou os selvagens quase tão perigosos quanto nós. Devo me limitar a ser um selvagem pacífico, na solidão que escolhi, perto de vossa pátria, onde vós devíeis estar."<br /></span><br /><br /><br />Há de se espelhar, todavia, gente com classe é outra coisa<span style="font-style: italic;">.<br /><br /><br /><span style="color: rgb(51, 51, 51);">.</span><br /></span>níccushttp://www.blogger.com/profile/01081305013523494688noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9052230108729236609.post-88419367030066258822010-06-26T12:33:00.000-07:002010-06-26T12:58:33.848-07:00Kerouac Versus<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVCgHFN9JgyRfexR6GeM2py6sbkiqCWiWeqBjhcjcHEifH7rG_5ukjGbVJCd1EyBMCK3TdREIXhAtKgbyz6ACKLvm_XcR6y0yV1g42ahvPd29J2Ry8NgUCruLaSrD8r-y2lTuaLFAaboc/s1600/kerouac.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 199px; FLOAT: right; HEIGHT: 310px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5487173303796217554" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVCgHFN9JgyRfexR6GeM2py6sbkiqCWiWeqBjhcjcHEifH7rG_5ukjGbVJCd1EyBMCK3TdREIXhAtKgbyz6ACKLvm_XcR6y0yV1g42ahvPd29J2Ry8NgUCruLaSrD8r-y2lTuaLFAaboc/s400/kerouac.jpg" /></a><br /><div><span style="font-family:Georgia;"><span style="font-family:Georgia;"><?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" /><o:p><a href="http://jackerouac.wordpress.com/">Let It Beatnik</a></o:p></span></span></div><div><span style="font-family:Georgia;"><span style="font-family:Georgia;"><o:p><br /></div></o:p></span></span><p style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-family:Georgia;"><span style="font-size:85%;">Retorno ao clássico desentoado estilo beat.</span></span><br /></p><p style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-family:Georgia;"><span style="font-size:85%;">Tão atemporal e sagaz quanto em suas origens.</span></span><br /></p><p style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-family:Georgia;"><span style="font-size:85%;">fluxo de consciência, liberdade,</span></span><br /></p><p style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-family:Georgia;"><span style="font-size:85%;">Kerouac versus quem der a cara à tapa.<o:p></o:p></span></span></p><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div><br /></div><p style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-family:Georgia;"><o:p><span style="font-size:85%;"></span></o:p></span></p><div><br /></div><p style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-family:Georgia;"><span style="font-size:85%;">Kerouac VS Bukowski<o:p></o:p></span></span></p><div><br /></div><p style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-family:Georgia;"><o:p><span style="font-size:85%;"></span></o:p></span></p><div><br /></div><p style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-family:Georgia;"><span style="font-size:85%;">“Na América, quando você acha que é o único que está percebendo alguma coisa, se sente como se fosse um rei. As mulheres deixam de ser misteriosas, as ruas são iluminadas por cada passada que damos e qualquer fodão que aparece na sua frente se transforma num verdadeiro otário. Todavia, quando você descobre que tem um monte de maluco pensando da mesma forma, de duas uma, ou você pira de vez e se entrega ao deserto, ou então se alia a eles.”[...]<o:p></o:p></span></span></p><div><br /></div><p style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-size:85%;"></span></p><div><br /></div><span style="font-family:Georgia;"><o:p><p style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-size:85%;"><a href="http://jackerouac.wordpress.com/"></a></span></o:p></span></p>mauriciohttp://www.blogger.com/profile/11698650782126877176noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9052230108729236609.post-60758708750082396532010-06-18T09:32:00.000-07:002010-06-18T09:55:00.876-07:00Um vivente eterno<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiv9tgJkFMVx9o5r-mJN16zMJdGtMRIwydxno6p37ZDWuQTbm5u7TcDnAJEWYeUNCvMlTNjdMgB2ieGc2ZphP990Fvns7zJz0IKa9iWweMTevDNG4ctGjAn2S9iZyvPQX4hlrisIMAAvuM/s1600/saramago.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; DISPLAY: block; HEIGHT: 312px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5484157407946658706" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiv9tgJkFMVx9o5r-mJN16zMJdGtMRIwydxno6p37ZDWuQTbm5u7TcDnAJEWYeUNCvMlTNjdMgB2ieGc2ZphP990Fvns7zJz0IKa9iWweMTevDNG4ctGjAn2S9iZyvPQX4hlrisIMAAvuM/s400/saramago.jpg" /></a> José de Sousa Saramago (1922 - 2010)<br /><br /><div><span lang="EN"><br /><p>Hoje não é para ser um dia triste, ele não concordaria. Hoje não é para ser um dia de luto, ele não apoiaria. Hoje, porém, uma intensa luz apagou-se aproximando mais o homem para um breu completo.</p><p>Mas esperto foi esse indivíduo. Deixou respingos dessa luz ao nosso dispor, a luz de seu ser transposta em palavras continuará servindo para iluminar os espaços cavernosos de nossas mentes - mesmo narrando ausência de sentidos ou reescrevendo a História, considerando suas frases longínquas e narrativas metafísicas.</p><br /><p><span style="color:#ffffff;"><span lang="">"Nem a </span><span lang="">juventude </span><span lang="">sabe o que pode, nem a velhice </span></span><span lang=""><span style="color:#ffffff;">pode o que sabe"</span> </p></span></span></div>mauriciohttp://www.blogger.com/profile/11698650782126877176noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9052230108729236609.post-72759185374410860182010-06-15T08:08:00.000-07:002010-06-15T08:12:00.908-07:00Contemporâneo...<span lang="PT-BR"> <p>"Não há, com efeito, nada mais aborrecido do que ser, por exemplo, rico, de boa família, ter boa aparência, ser bastante esperto e mesmo sagaz e, todavia, não ter talento, nenhuma faculdade especial, nenhuma personalidade mesmo, nenhuma idéia pessoal, não sendo propriamente mais do que "como todo mundo". </p><p>Ter fortuna, mas não ter a de Rothschild; ser de uma família honrada, mas que nunca se distinguiu por qualquer feito; ter uma boa aparência, mas, mesmo com ela, não exprimindo nada de particular; ter inteligência, mas nenhuma idéia própria; ter bom coração, mas sem nenhuma grandeza de alma; ter uma boa educação mas nem saber o que fazer com ela etc, etc... </p><p>Há uma extraordinária multidão de gente assim no mundo, muito mais até do que a muitos possa parecer. Essa multidão pode, como toda a outra gente, ser dividida em duas classes: os de inteligência limitada e os de alcance mais vasto. Os primeiros são os mais felizes. Nada é mais fácil para essa gente "comum", de inteligência restrita, do que se imaginar original e mesmo exceção, e folgar com essa ilusão, nunca chegando a perceber o equívoco. </p><p>Basta a muitas de nossas mocinhas cortarem o cabelo de certo modo e usarem óculos azuis e se cognominarem de niilistas, para ficarem de vez persuadidas de que, com isso só, obtiveram automaticamente "convicções" próprias. Basta a certos cavalheiros sentir o mais leve prurido de qualquer erupção bondosa e humanitária para que imediatamente fiquem persuadidos de que ninguém mais sente o que eles sentiram, e de que formam a vanguarda da cultura. Basta a certos indivíduos assimilar uma idéia expressa por outrem, ou ler qualquer página solta, para imediatamente acreditarem que essa é a sua opinião pessoal espontaneamente brotada de seu cérebro. </p><p>A imprudência da simplicidade é, se assim se pode dizer, espantosa, em tais casos. Por mais incrível que pareça, isso existe."</p><i><p>Fiodor Dostoievski, O idiota (1868)</p></i></span>mauriciohttp://www.blogger.com/profile/11698650782126877176noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9052230108729236609.post-89026781632048950672010-06-05T09:39:00.000-07:002010-06-07T05:08:29.472-07:00Sartre e a fugacidade do tempo<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmvEmJSwPVwPIzsPq9HwYQ_A93O1QOxYzCm-EAsHBS05Sfb0r1Bm6mPKz9bKn-ZdAaMHmego_SvHF6DE7Q2B5sIvecyULLr7DIqp67RAECoI2fCTxSiZBjRClkJvy8yaqoluItsU1wczc/s1600/simoneDeBeauvoir.jpg"><img style="float: right; margin: 0pt 0pt 10px 10px; cursor: pointer; width: 360px; height: 364px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmvEmJSwPVwPIzsPq9HwYQ_A93O1QOxYzCm-EAsHBS05Sfb0r1Bm6mPKz9bKn-ZdAaMHmego_SvHF6DE7Q2B5sIvecyULLr7DIqp67RAECoI2fCTxSiZBjRClkJvy8yaqoluItsU1wczc/s400/simoneDeBeauvoir.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5480002402168421106" border="0" /></a><br /><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9KSm3JYDmEnTPZeMiw_7YrNIphDp_ANxAPaxCERp0mdpBpd2dkTVsDVaIGmXJ9kH-4ybh23ToMc14_qPa1kOF8X0eCQt2XUI474IWS1hyphenhyphengFMkJl8ST_BNsm5a3JeiCvINJ97Z4OvOz4g/s1600/simoneDeBeauvoir.jpg"></a><br /><br /><div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjbqxwo82HhNkurs8dx0SO6MTZ3VYH2LbgjAMWVjXZ8mfPBiOeyJQfEmnijoG4_Qc-X3tXFFruWcxN7HhAXzfmeN9Pb-AzB1eM8HoyATli7IH_m70mnidS5crRCeDbYemx8DUDyIGoCPk/s1600/simoneDeBeauvoir.jpg"></a><span lang="PT-BR">Jean Paul Sartre, em seu O Ser e o Nada, mimetiza idéias filosóficas bastante instigantes, parte de sua corrente existencialista a qual notabilizou-o como um dos maiores pensadores do século XX. Nela, Sartre disseca um de seus temas mais recorrentes - o tempo - e analisa detalhadamente a angústia enquanto condição humana. Inicialmente é crucial saber discernir medo de angústia, onde o primeiro parte do medo dos seres do mundo, enquanto o segundo parte de si mesmo.</span></div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify"></div><div align="justify">Um exemplo bem abrangente sobre isso seria a vertigem causada pela aproximação de um precipício. O medo surge das condições apresentadas (altitude, terreno acidentado e/ou frágil, vento), já a angústia é referente à razão humana e sua tomada de decisões, ou seja, não é o medo de cair do precipício, mas de se jogar dele. Retornando ao assunto largamente apresentado por Sartre, o tempo é efeito indissociável da presença ou ausência dessa angústia. Se o indivíduo resolve trabalhar seus medos para assim, indiretamente, afastar as possibilidades (os possíveis possíveis).</div><br /><div align="justify"></div><div align="justify">Sendo assim, em uma análise mais profunda, tomando como foco o tempo, o “eu” presente, que está enfrentando a situação, depende do “eu” ainda não existente, o “eu” que ainda não é. Como no caso apresentado, a possibilidade suicida ocorre simbolicamente, e isso separa o “eu” com possibilidades de se atirar do “eu” contrário a essa possibilidade. Isso acaba gerando uma contra-angústia que denominasse indecisão, que, por fim, faz o individuo decidir por se afastar do precipício.</div><br /><div align="justify"></div><div align="justify">A simples situação sintetiza, com seus diversos pontos (angústia, tempo, homem), a tendência de carregar memórias e experiências ao longo da vida na busca de valorizar, e, de certa forma, acobertar, o pequeno facho de existência que ocupamos dentro da insustentável infinitude de tudo o que nos cerca.</div><div align="justify">Em se tratando das memórias, são claramente representadas na retratação do passado em fotografias - em suas diversas formas, situações e fins. A angústia, nesse caso, não abrange apenas situações de vertigem ou traumas adquiridos de experiências antigas, cabe aqui a angustiante noção do homem como ser da sociedade, ser do mundo, e - uma das mais complexas problemáticas - sua angústia diante da morte.</div><br /><p align="justify">O filósofo afirma que o homem está condenado à liberdade, entretanto, o “ser livre” consiste não em poder escolher os diversos caminhos, mas em determinar-se a escolher um entre todos. Visto isso, cabe concluir que toda e qualquer conseqüência nascida da tomada de decisão é, por justa causa, responsabilidade de quem a tomou. Sobre a morte, é irrevogável sua iminência e relevância frente à existência. Invariavelmente, por mais injusto que o pareça, a curta vida, quando atingido seu auge, ficará marcada pelo suspiro final, em outras palavras, seu último maior ato reportará eternamente a consciência viva de seus dias enquanto vivo(a).</p><p align="justify">O trabalho contrário a essa lei da natureza (pode ser tratada aqui como contra-angústia) seria o desvio de importância sobre a última experiência para as diversas outras adquiridas e acumuladas ao longo da vida, muitas delas servindo como válvula de escape à angústia de não conseguir medir a longevidade da existência. Fotografias de família, de anos juvenis, de uma miscelânea de realizações - profissionais, acadêmicas, atléticas, etc. -, dos mais diversos motivos, em sua grande parte fases positivas, aliviam a necessária fugacidade à derrota, à irrelevância do ser, à nociva insignificância como membro perecível e reciclável do meio social humano.</p><p align="justify">Por fim, dá-se valor á essa busca enquanto forma de melhoria do ser humano. Muitas vezes a procura por novas fontes de redenção pessoal são enormemente beneficentes à sociedade. Entretanto, as fotografias, peças descartáveis e sujeitas a desfalecerem-se frente ao tempo, fazem uma alusão para que o homem sempre busque se renovar e se render às possibilidades do acaso o qual a conseqüência dos seus atos pode levá-lo.</p></div>mauriciohttp://www.blogger.com/profile/11698650782126877176noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-9052230108729236609.post-4337323723642342982010-06-01T06:07:00.000-07:002010-06-01T06:15:07.315-07:00sustentável hipócrita<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2U0TItd7dUvXXFCVBavXQJZrOX_zDsyYZoAAuOez8ZPRHDp_XQFirDQwto96H_-EjcZreVFVSaONED3WigbplTjPKPlASFSbSEcyRoC_U5oU8edGso4jLqQgB6u4VqZSyQTq8Oqk2oH0/s1600/Ninféias.jpg"></a><br /><div align="justify">“Todos somos hipócritas. Todos fomos, somos ou seremos hipócritas em alguma situação. Hipocrisia é criticar algo ao qual se esta a fazer, ou fazer algo ao qual se critica, é uma corrupção dos valores individuais, valores ao qual a razão institui, mas os atos não correspondem, hipocrisia é a falta ética jurídica, moral, profissional, é o enganar-se, é um vírus ao qual o homem pode ser induzido a praticar ou simplesmente, por falta moral, se torna a escolha de seu livre arbítrio. </div><br /><div align="justify"></div><div align="justify">A indução à hipocrisia é rigorosamente imposta por questões políticas, sociais, religiosas. Políticas, pois o homem jurídico encontra-se muitas vezes incumbido por fazer ações ao qual sua ética moral o repudia, porém entra em concordância com as questões sociais ao qual se pode ver mais uma vez a obrigação que um poder impõe ao homem para ele sobreviver e viver de acordo com os padrões estabelecidos, padrões estes muitas vezes redigidos por elementos de fora da sociedade, e por fim religiosos onde pode-se ver um homem por muitas vezes cego de seu papel social, confiando o problema da hipocrisia como não sendo seu e pedindo para que este seja solucionado com a fé em sua religião ao invés de ajustar-se a sua própria ética. </div><br /><div align="justify"></div><div align="justify">Criticar a hipocrisia é por si só um ato hipócrita, pois um homem ao qual encaixa sua vida com os seus padrões éticos, ato este considerado muito difícil, é tomado de todo ou parcialmente a participar da sociedade, consequentemente em algum ponto de sua vida ele será hipócrita. Isolar-se da hipocrisia é isolar-se da sociedade em que se vive, é viver consigo em situação de solidão ou determinando a sua própria ética para outros, porém tornar-se-ia uma ditadura, isolar-se da hipocrisia é viver em anarquia, é viver em constante estado de poesia utópica, é viver em arte, é morrer. Porém isolar-se da hipocrisia não é a solução para viver sustentavelmente, pois um homem sustentável vive em sociedade, o homem sustentável deve confrontar a hipocrisia, deve aniquilá-la em sua ética, deve revolucionar a sua sociedade para excluir a hipocrisia, isso é exercer a cidadania sustentável, é adquirir e manter seus direitos e deveres. </div><br /><div align="justify"></div><div align="justify">A desigualdade social é a pior inimiga de uma sociedade sustentável, pois um homem que tem sua integridade ética não consegue exercê-la em uma sociedade desigual e um homem que é ignorante em relação a padrões éticos sustentáveis torna-se insustentável por si só. A causa desta ignorância deve ser estudada, pois ela existe nos diferentes níveis da sociedade desigual, portanto encontra-se diferentes causas, ao qual a mais nobre é a falta de instrução, pois a causa que se institui como o repudio a informação é inteiramente feita pela escolha deste homem." [...]<br /><br />Alan Frampton</div>mauriciohttp://www.blogger.com/profile/11698650782126877176noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9052230108729236609.post-26073733716198112102010-05-22T15:11:00.000-07:002010-05-22T15:45:50.607-07:00Nós, esses primitivos<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkT2yuuK5Xeo_9AaXwpmueUuJ-RlD4p3HsQp9-qp7gYZvbYZniv6MlqqfGD4Y5HyRTxbufkOsRfJ5D14MrSsr3SO0QnWYxvx-pTb7RnS_QbYWUAkQOfSBhAGIfKuAA5m99ml4hy4nvvb8/s1600/india.bmp"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 246px; FLOAT: right; HEIGHT: 400px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5474229178119338242" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkT2yuuK5Xeo_9AaXwpmueUuJ-RlD4p3HsQp9-qp7gYZvbYZniv6MlqqfGD4Y5HyRTxbufkOsRfJ5D14MrSsr3SO0QnWYxvx-pTb7RnS_QbYWUAkQOfSBhAGIfKuAA5m99ml4hy4nvvb8/s400/india.bmp" /></a><br /><div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrhiimQBvPypZIS7b4Dmi0U1r3kKGvivAxXROIwaFUd0Fd0QzHwQg0Su5WECnMylb1qRLUz_Wod7cHlbaUgVgHJASStZjVGJGXNgsyaXoI_ZPmj2S3jP8hyaPhrNHTyPo76x6ANoHCZxQ/s1600/india.bmp"></a> <span lang="PT-BR"><span lang="PT-BR">O início da civilização, historicamente documentado - sempre vítima de possíveis contradições -, deu-se com o primeiro relato de organização coletiva (princípios de comércio) de nossos parentes demasiadamente distantes. antes disso havia a barbárie, a razão ainda em modo embrionário enquanto o instinto dos homens (ainda não homens como se define hoje mas já em sua mais simples definição), avizinhado com o dos animais que com eles conviviam, dominava corpo e mente.<br /><p align="justify">A evolução trouxe consigo um meio de vida adaptável a todos os ambientes. O homem é o único ser que, dotado de seus instrumentos e habilidades desenvolvidos, tem a capacidade de recriar seus sistema social fértil sobre qualquer terreno, seja ele gélido ou escaldante, denso ou rarefeito . Diz-se sistema social fértil aquele no qual o homem inicialmente desenvolveu-se e para ele nasceu. Maior ainda foi o salto subseqüente à revolução industrial. Ali o homem definiu o que tornar-se-ia a primazia da sociedade. Debruçada sobre os aspectos do desenvolvimento humano, bens comuns e crescimento social, a razão monetária assumiu a função de distribuir tudo isso em equilibrada disposição para todos. Beneficiaria a todos os homens e a integridade de seu curso histórico - cada vez mais distante da barbárie, do instintivo, da forma como nascera.</p><p align="justify">Entretanto, algo saíra do controle. E não é de agora que alguma coisa muito errada permanece em foco.</p><p align="justify">Nunca se esteve tão distante do meio primordial, o ambiente essencial. Contrário a isso, o homem utilizou-se da habilidade em recriar seu “berço fértil” abusivamente. Por tantas vezes recriou-o e adulterou-o que quase a totalidade de seu índice perecera. No lugar ficaram o sintético e o ilusório, porque aprendeu-se que viver de ilusões é demasiadamente menos trabalhoso que buscar o real sentido das coisas.</p><p align="justify">Infestamos tantos territórios do planeta com nossos ambientes recriados - e a muito tempo específicos - que agora queremos migrar as outras criaturas e seres para esses ambientes de limitada aceitação. Criaturas e seres que mantiveram seus laços com o berço intactos e permaneceram assim desde sempre. O homem, ser racional e, conseqüentemente, superior, assumiu julgar o que é melhor para todos, graças a isso, nunca ouviu-se tanto em desigualdade racial, extinção e colapso ambiental.</p><p align="justify">O que saíra do controle fora o crescimento da civilização. Crescimento em termos de consumo, necessidades e prioridades. Tanto foi criado para a população que sua grande parte não sabe porque consome, deseja ou prioriza certas coisas. Mas de uma coisa eles sabem, que estão evoluídos e não são mais primitivos, incultos e bárbaros. Ou isso ou eles sabem muito menos do que imaginam saber. E, diante de alguns estudos recentes sobre nossos antigos, a população realmente não sabe muito das coisas.</p><p align="justify">Antigas etimologias transformaram noções supérfluas em verdades constantes sobre a organização do homem. Foi óbvio traduzirem toda a existência anterior às grandes mudanças como intolerante, brutal e irracional. Entretanto, o modo de vida, em seus princípios grupais e coletivistas demonstrou ser uma forte base para uma sociedade respeitável. Seus integrantes somavam suas ações com as da natureza e assim tornavam o meio íntegro com seu estilo de vida (acompanhado das criaturas e seres, sem domesticação, repreensão ou dominação). Obviamente eles nem beiraram ter noção do que viriam a se tornar suas próximas gerações. Mas, se por um momento soubessem como evoluíram intelectual, hábil e tecnologicamente, com certeza acreditariam que o que construíram seria lembrado e estudado para, no futuro, ser copiado e periodicamente melhorado.</p><p align="justify">É fortemente crucial olhar para o que fomos, como vivemos e porque mudamos. Entender como a evolução, em primeira instância, moldara o modo social de agir (antes de ser agredida por elementos externos tomados como prioritários) e assim, compreender o que fez o homem substituir a civilização pela barbárie.</p><p align="justify"> </p><p align="justify"> </p><p align="justify"> </p></span><span lang="EN"><p align="justify"></span></span><span style="font-family:MV Boli;"><span style="font-family:MV Boli;"><span lang="EN"><span style="font-size:78%;"></span> </p></div></span></span></span>mauriciohttp://www.blogger.com/profile/11698650782126877176noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-9052230108729236609.post-11806593441192681612010-05-15T15:59:00.000-07:002010-05-15T16:17:57.877-07:00EscritorSe vai tentar<br />siga em frente.<br /><br />Senão, nem começe!<br />Isso pode significar perder namoradas<br />esposas, família, trabalho...e talvez a cabeça.<br /><br />Pode significar ficar sem comer por dias,<br />Pode significar congelar em um parque,<br />Pode significar cadeia,<br />Pode significar caçoadas, desolação...<br /><br />A desolação é o presente<br />O resto é uma prova de sua paciência,<br />do quanto realmente quis fazer<br />E farei, apesar do menosprezo<br />E será melhor que qualquer coisa que possa imaginar.<br />Se vai tentar,<br />Vá em frente.<br />Não há outro sentimento como este<br />Ficará sozinho com os Deuses<br />E as noites serão quentes<br />Levará a vida com um sorriso perfeito<br />É a única coisa que vale a pena.<br /><br />bukowski sobre tornar-se escritor<br />...mauriciohttp://www.blogger.com/profile/11698650782126877176noreply@blogger.com3