segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Poesia, poesias e interpretações...
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
Melhor não tê-los...
Poema enjoadinho
Filhos . . . Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-lo?
Se não os temos
Que de consulta
Quanto silêncio
Como os queremos!
Banho de mar
Diz que é um porrete . . .
Cônjuge voa
Transpõe o espaço
Engole água
Fica salgada
Se iodifica
Depois, que boa
Que morenaço
Que a esposa fica!
Resultado: filho.
E então começa
A aporrinhação:
Cocô está branco
Cocô está preto
Bebe amoníaco
Comeu botão.
Filhos? Filhos
Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos convulsos
Meu Deus, salvai-o!
Filhos são o demo
Melhor não tê-los . . .
Mas se não os temos
Como sabê-los?
Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Que gosto doce
Na sua boca!
Chupam gilete
Bebem xampu
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!
Vinícius de Moraes
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
O modesto

O peão também tem uma característica interessante: Ele captura de forma diferente ao seu movimento. O peão captura sempre a peça que está na próxima linha, mas nas colunas adjacentes à sua posição. Assim, um peão em e4 pode capturar quaisquer peças inimigas que estejam em d5 ou f5.
Uma jogada especial com a qual o peão conta é a tomada en passant, ou captura na passagem, em que um peão avançado captura um peão que ande duas casas em seu primeiro movimento. Quando o peão chega à oitava casa, ele é promovido: ele é retirado do tabuleiro e é colocada em seu lugar qualquer outra peça, geralmente a Dama, exceto o Rei. Um jogo pode desta maneira ficar com duas ou mais damas de uma mesma cor, ao contrário do que muitos pensam. Em certas situações, se for escolhida a Dama para a substituição, o jogo pode terminar empatado, justificando a escolha de outras peças mais adequadas.
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
Quem tem medo do TSE

Ano de eleições abarca diversos casos dos quais a lei se encarrega de punir, ou, em certos casos, de simplesmente amedrontar. Os responsáveis pelas campanhas eleitorais sabem o que terão de enfrentar, por isso, estudam as diversas formas, novas ou não, de contornar tais regras frágeis de nossa legislação.
A propaganda eleitoral tem evoluído com sua veiculação em diversas mídias novas – meios relevantes de divulgação em campanhas ferrenhas, como, no caso, a da presidência da república. As regras estabelecidas vão desde linguagem apropriada até data de inicio do período eleitoral. Em outras palavras, é proibida (sujeito a multa) a propaganda política antes do período oficial. Entretanto, como na guerra tudo vale, as leis já não importam como a corrida eleitoral.
Partindo de uma situação fictícia com embasamento real, a até atuante em se tratando do período eleitoral em voga, veremos como um partido político de grande porte assume certos riscos, legais ou não, em prol de sua campanha.
Tomamos como centro um forte candidato ao Senado brasileiro. Antes do período legal de propaganda política, como se trata de um político já atuante em algum alto cargo público, ele viaja e participa de eventos públicos (inaugurações, cerimônias, festas beneficentes). Nesses encontros ele pode pronunciar-se de modo que se interprete uma autopromoção, que pode, em primeira instância, ser declarada promoção político-eleitoral antecipada. E não se trata apenas do que o candidato pronuncia, apenas a sua presença ou a propaganda por trás de sua intenção no local podem ser interpretadas como tal.
Se o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), órgão oficial regulador da legislação eleitoral no Brasil, decidir que realmente ocorreu promoção eleitoral em período anterior ao definido, o partido receberá uma multa que varia dos R$ 5 mil aos R$ 25 mil.
O candidato (ou, como trata-se de um período anterior ao eleitoral, o pré-candidato), indiciado pelo TSE e o partido multado, repete a situação de aparecer em público realizando suposta promoção eleitoral. Mais uma vez o caso é estudado e a mídia, pró ou contra, já libera seus protestos acerca das excentricidades da eleição no Brasil.
O profissional responsável pela imagem do político da situação precisa driblar esses infortúnios e evitar uma queda antes mesmo do real início da campanha ao Senado.
Entretanto, as leis geradas para regulamentação eleitoral possuem valores para multar e isso apenas. O acúmulo de situações como essa apresentada apenas geram mais multas que, para partidos eleitorais de grande porte, são receita ínfima e podem ser pagos sem maiores problemas. Ou seja, o candidato participa de vários eventos com o princípio de se promover sabendo que será multado, sua campanha, desde o princípio, reserva parte da receita para essas multas. No fim, o partido vence impune.
O responsável pela propaganda política, como vemos muito em nosso país, vez realiza um trabalho impecável vez testa a ignorância alheia. Contudo, grandes candidaturas foram fruto de um árduo trabalho de construção de imagem, a qual é única referência política para a maioria do povo brasileiro, daí sua importância.
Tomar as brechas da legislação como arma para campanha é fatalmente nocivo à imagem tanto do candidato quanto da crença, já defeituosa, da população na política nacional. Na eleição, para qualquer tipo de cargo deve-se assumir posturas éticas, evitar conflitos, construir identidade com as pessoas. Nesse caso, a presença do político nos eventos pré-período eleitoral deve ser apenas com fim de auxilio e/ou representação do cargo que assume. E os interesses nem próprio nem do partido devem ser postos à frente da ética na maneira de fazer política.
Não jogamos todos os partidos, candidatos e responsáveis no mesmo gênero mal-intencionado. Mas a devida importância deve ser intencional de todos os envolvidos. O partido em suas ideologias, o político em suas promessas e o responsável pela campanha em suas metas. Metas que envolvem a construção do candidato para a mídia divulgar. Um trabalho que envolve as promessas feitas, os benefícios para a democracia e a estrutura para um processo eleitoral saudável, porque, como citei anteriormente, essa imagem midiática é, para muitos brasileiros, a única fonte referencial na escolha de quem votar em seis de outubro. Doa a quem doer.
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
é melhor evitar os escritores
terça-feira, 17 de agosto de 2010
O quarto úmido numa rua escura de Moscou

Ler Dostoievski é, antes de tudo, ser Dostoievski.
É impossível, ao longo das problemáticas e suposições em seus textos, não se transportar para um quarto mal iluminado, com uma calefação nociva afundado em um mar de edificações de uma Rússia gélida, seca e depressiva. Mais precisamente, nos transportamos para uma escrivaninha, madeira de lei, onde o autor deve ter passado longas horas datilografando nas pesadas tecladas de sua máquina de escrever seus mais profundos pensamentos. Como a narrativa presente na primeira parte de Notas do Subsolo, onde o protagonista reflete, com um prazer quase masoquista, as intempéries e os deleites que personificam com clareza, visto o leitor acostumado com suas complexidades, o pensamento da sociedade na época em voga das escritas.
A narrativa extremamente pessoal que obriga protagonista-narrador a revelar segredos muito escondidos torna o romance expansivo. Expansivo porque ao longo de suas crises e desejos, os personagens impõem-se como seres gerais, abordam em suas personalidades as grandes problemáticas da sociedade, seja ela contemporânea do autor ou após.
A expansão norteia-se também pelo filosófico, onde suas criações reclamam pensamentos existencialistas ao mesmo tempo em que lutam para saber se o que dana suas vidas é o ambiente em que vivem ou elas mesmas.
Ao fim da leitura, visto uma experiência árdua ou não, retorna-se ao cenário real, no canto que for do mundo, porém, esse chão não mais será como antes. Imprime-se uma atenção ao fato de que mesmo em um lugar de condições climáticas adversas ao do norte europeu, o resultado na cabeça de quem lê é o mesmo, estar dentro de uma sociedade com seus problemas e com pessoas lutando para sobreviverem sãs. De qualquer forma, é adicionado um aprendizado sobre onde procurar um escape de tal pressão, e também onde não procurar. Pois frieza e insensibilidade não advêm exclusivamente do clima, advêm também das próprias pessoas.
domingo, 8 de agosto de 2010
o circo sem fogo

Já não há mais lugar certo para correr, os bons profissionais estão beirando ou o aposento ou a morte. Os Carlos Lacerdas, José Saramagos, Vladimir Herzogs e Cia., já não exercem mais. Esses tantos - ou escassos -, independente de serem justos ou ditadores, embarcavam em palavras e opiniões que tornavam seu pescoço valioso alvo de quem suas opiniões eram voltadas.Em nosso país, vigora em grande escala a opinião formada, a opinião forte. Entretanto, o real motivo disso tudo é a circulação de fatos sem grande alarde. Onde foram parar os opositores, os embates, o estrume no ventilador, os que gritam e os que ficam calados?
Aquilo que fazem hoje não é negar os fatos, é negar os pensamentos que postos em uso danificariam o fazer jornal como processo setorial, como tarefa industrial, temem pela fraqueza de serem descobertos parciais. Pois é essa parcialidade que fará os chefes demiti-los, as autoridades prendê-los, os cães caçá-los. Seus acusadores, enquanto os amordaçam e os contradizem, esbravejam denominações das mais diversas. Comunistas, fascistas, terroristas, hereges, hipócritas, insanos, criminosos, em suma, tudo o que pode torná-los um perigo aos olhos da população sadia.
A relevância disso tudo é refletir sobre o destino do que antes era uma alternativa de transformação, onde, mesmo lesada, vez ou outra no meio do fogo cruzado, a população se beneficiava de revelações e de uma certa noção de moral, ou da falta dela. As novidades no modo de noticiar, muito além do clássico tablóide matinal, não são desculpa para alegorizar um espaço de escrita que foi fonte teórica para muitas práticas em anos findados.
Alguns falam demais, poucos estão preparados para o momento. E o grande porém disso tudo não é terem medo de ver o circo pegar fogo, isso eles viram ser feito pelos antecessores e enchem os olhos quando rememoram tais episódios. O temor maior é de que, quando os acusados estiverem sendo apontados, eles estejam ainda com suas tochas em mãos.