domingo, 8 de agosto de 2010

o circo sem fogo



Já não há mais lugar certo para correr, os bons profissionais estão beirando ou o aposento ou a morte. Os Carlos Lacerdas, José Saramagos, Vladimir Herzogs e Cia., já não exercem mais. Esses tantos - ou escassos -, independente de serem justos ou ditadores, embarcavam em palavras e opiniões que tornavam seu pescoço valioso alvo de quem suas opiniões eram voltadas.Em nosso país, vigora em grande escala a opinião formada, a opinião forte. Entretanto, o real motivo disso tudo é a circulação de fatos sem grande alarde. Onde foram parar os opositores, os embates, o estrume no ventilador, os que gritam e os que ficam calados?

Aquilo que fazem hoje não é negar os fatos, é negar os pensamentos que postos em uso danificariam o fazer jornal como processo setorial, como tarefa industrial, temem pela fraqueza de serem descobertos parciais. Pois é essa parcialidade que fará os chefes demiti-los, as autoridades prendê-los, os cães caçá-los. Seus acusadores, enquanto os amordaçam e os contradizem, esbravejam denominações das mais diversas. Comunistas, fascistas, terroristas, hereges, hipócritas, insanos, criminosos, em suma, tudo o que pode torná-los um perigo aos olhos da população sadia.

A relevância disso tudo é refletir sobre o destino do que antes era uma alternativa de transformação, onde, mesmo lesada, vez ou outra no meio do fogo cruzado, a população se beneficiava de revelações e de uma certa noção de moral, ou da falta dela. As novidades no modo de noticiar, muito além do clássico tablóide matinal, não são desculpa para alegorizar um espaço de escrita que foi fonte teórica para muitas práticas em anos findados.

Alguns falam demais, poucos estão preparados para o momento. E o grande porém disso tudo não é terem medo de ver o circo pegar fogo, isso eles viram ser feito pelos antecessores e enchem os olhos quando rememoram tais episódios. O temor maior é de que, quando os acusados estiverem sendo apontados, eles estejam ainda com suas tochas em mãos.


2 comentários:

  1. Infelizmente, como uma professora minha disse na aula de TV, quando entram na faculdade (os jornalistas) todos querem salvar o mundo, e pouco a pouco eles vão vendo que isso é difícil. Pois bem, nesse ponto que eles deveriam levantar a cabeça, arregaçar as mangas e lutar por isso. Falta aos profissionais de comunicação, amarem o que fazem, porque o trabalho verdadeiro do Jornalista é buscar a informação mais verídica o possível, e distribuir a informação, oferecendo a opção ao leitor(audiência) de escolher um lado e formar sua própria opinião. Hoje todos recebem uma informação mastigada, e coisa mastigada não tem mais sabor.

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  2. Não devemos nos enlcausurar e pertimir que o mesmo nos ocorra. Joguemos fora um pouco de nosso orgulho e da nossa insegurança. Sejamos claros e diafanos para iluminar como a verdade e ainda que silenciosos nosso ultra-som romperá barreiras como a da manipulação. Em palavras de guerra.

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